Quando a infância é o produto: reflexões acerca do uso de signos nas práticas mercadológicas direcionadas às crianças pela indústria da moda

Autores

Palavras-chave:

Moda, Consumo, Criança, Comercialização da infância

Resumo

O artigo aborda o processo e o desenvolvimento da moda como uma força coativa de comportamento e elemento de construção social, com ênfase no uso da criança como agente ativo e passivo desse fenômeno, a qual é frequentemente impulsionada por pais e responsáveis a explorar sua imagem com o objetivo final de promover o consumo e impor padrões de comportamento. Por meio do método dedutivo, com pesquisa bibliográfica no arcabouço teórico, especialmente com uso de legislação, artigos científicos e doutrina, o objetivo geral é a análise da exploração da criança na indústria da moda investigando como a criança se torna um lugar de manipulação simbólica, em que os direitos fundamentais são sacrificados em prol da visibilidade e consumo. E por se tratar de tema em permanente evolução, a pesquisa não se esgota neste texto, merecendo um prosseguimento e aprofundamento constantes.

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Biografia do Autor

Zilda Mara Consalter, UEPG

Doutora em Direito Civil pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco – Universidade de São Paulo (USP). Professora Associada da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) (Bacharelado em Direito e no Mestrado em Direito). Advogada.

Maria Fiuza de Campos, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Graduada em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Especializanda em Direito do Trabalho e Previdenciário pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Advogada.

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Publicado

2025-09-23

Como Citar

CONSALTER, Zilda Mara; CAMPOS, Maria Fiuza de. Quando a infância é o produto: reflexões acerca do uso de signos nas práticas mercadológicas direcionadas às crianças pela indústria da moda. Civilistica.com, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 1–17, 2025. Disponível em: https://civilistica.emnuvens.com.br/redc/article/view/1097. Acesso em: 26 set. 2025.

Edição

Seção

Doutrina contemporânea

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