O consentimento informado e a proteção de dados pessoais de saúde na internet: uma análise das experiências legislativas de Portugal e do Brasil para a proteção integral da pessoa humana

Autores

  • Gabrielle Bezerra Sales Sarlet UFCE
  • Cristina Caldeira UAL

Palavras-chave:

Dados pessoais, Consentimento informado, Saúde, Internet, Era da informação

Resumo

O modelo informacional alterou a gramática cultural da Sociedade, encetando novos conflitos ainda isentos de adequada regulamentação jurídica e impelindo uma análise a partir do princípio da dignidade da pessoa humana, dos direitos humanos e fundamentais previstos nas constituições brasileira e portuguesa que, nessa medida, forjaram os alicerces éticos e jurídicos dessa investigação teórica encetada mediante o emprego do método bibliográfico e de uma abordagem exploratória e descritiva sobre a proteção dos dados de saúde, particularmante com o enfoque voltado para o atual contexto engendrado a partir da recente promulgação da Lei Geral de Proteção de Dados brasileira em evidente sintonia com a regulamentação européia em vigor a partir de maio, enfatizando, portanto, a relevância do consentimento livre e informado como o principal instrumento para assegurar, em uma perspectiva multinível, a integralidade dos direitos e das garantias à pessoa humana, dentro e fora do ambiente digital.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gabrielle Bezerra Sales Sarlet, UFCE

Advogada, graduada e mestre em Direito pela Universidade Federal do Ceará, doutora em Direito pela Universidade de Augsburg – Alemanha, Pós- doutora em Direito pela Universidade de Hamburg – Alemanha, pós-doutoranda em Direito pela PUCRS e, atualmente, professora dos cursos de graduação, de pós-graduação e do mestrado em Direito no Centro Universitário Ritter dos Reis- Uniritter. Ex-bolsista do Max-Plank-Institut für ausländisches und internationales Privatrecht Hamburg.

Cristina Caldeira, UAL

Jurista, Professora Auxiliar, desempenhou funções de Adjunta da Secretária de Estado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Coautora de projetos de diplomas legais. Investigadora de Pós‑Doutoramento na área da Propriedade Intelectual, Universidade Nova de Lisboa. Colabora no Laboratório de Bioética no Hospital de Clínicas (RS Brasil), como investigadora na área de proteção de dados biomédicos. Programa Doutoral em Ciência Política na especialidade de políticas públicas, Universidade Católica Portuguesa. Doutorada em Direito na Especialidade em Ciências Jurídicas e Políticas pela Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) e Bolseira da Fundação Gulbenkian na Universidade de Oxford, St Antony’s College.

Referências

AFINAL, quanta energia elétrica a internet utiliza para funcionar? TECMUNDO. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/internet/104589-quanta-energia-eletrica-internet-utiliza-funcionar.htm> Acesso em: 17 jan. 2018.

AGAMBEN, Giorgio. Lo abierto: el hombre y el animal. Flavia Costa y Edgardo Castro (Trad). Buenos Aires: Adriana Hidalgo, 2006, p. 35.

ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018, p. 56.

ASCENSÃO, José de Oliveira. Estudos sobre direito da internet e da sociedade da informação. Coimbra: Almedina, 2001, p. 264.

BARROSO, Luis Roberto. Dignidade da pessoa humana no direito constitucional contemporâneo: a construção de um conceito jurídico à luz da jurisprudência mundial. São Paulo: Fórum, 2013. p. 39.

BRÜGGEMEIER, Gert. Protection of personality rights in the Law of delict/torts in Europe: mapping out paradigms. In: BRÜGGEMEIER, Gert; CIACCHI, Aurelia Colombia; O’CALLAGHAN, Patrick. (Ed.). Personality rights in european tort law. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

BRUNO, Fernanda. Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2013, p. 123.

CANCELIER, Mikhail Vieira de Lorenzi. O direito à privacidade hoje: perspectiva histórica e o cenário brasileiro. Sequencia (Florianópolis). N. 76. Ago. 2017. p. 213-240.

CASTELLS, Manuel. (1999). A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, vol. 3. São Paulo: Paz e terra, p. 21.

CUKIER, Kenneth; MAYER-SCHÖNBERGER, Viktor. Big Data: A Revolution that will transform how we live, work and think. Boston, New York: Mariner Books, 2014, p. 176.

DEODATO, Sérgio. A proteção dos dados pessoais de saúde. Porto: Universidade Católica Portuguesa, 2017, p. 16.

HABBERMAS, Jürgen. Um Ensaio sobre a Constituição da Europa. Trad. Mrian Toldy; Teresa Toldy. Lisboa: Edições 70 Lda, 2012. Título original: Essay zur Verfassung Europus (2011), p.37.

HOFFMANN, Christian; LUCH, Anika D.; SCHULZ, Sönke E.; BORCHERS, Kim Corinna. Die digitale Dimension der Grundrechte- Das Grundgesetz im digitalen Zeitalter. Baden-Baden: Nomos, 2015, p. 217.

KLOEPFER, Michael. Vida e Dignidade da Pessoa Humana. In: Ingo Wolfgang Sarlet (Org.), Dimensões da Dignidade. Ensaios de Filosofia do Direito e Direito Constitucional, 2 ed, Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009, p. 171 e ss.

LA CUEVA, Pablo Lucas Murillo de. El derecho a la autodeterminación informativa. Temas clave de la Constitucion Española. Madrid: Editorial Tecnos S.A., p. 38-39.

LEITE, Flávia Piva Almeida. O Exercício da Liberdade de Expressão nas Redes Sociais e o Marco Civil da Internet. In Revista de Direito Brasileiro, vol. 13, n. 06, 2016, p. 150.

LEONARDI, Marcel. Tutela e privacidade na Internet. São Paulo: Saraiva, 2012, 73.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 2008, p 17.

LIMBERGER, Têmis. O direito à intimidade na era da informática: a necessidade de proteção dos dados pessoais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007, p. 231.

MARINONI, Luis Guilherme; MITIDIERO, Daniel; SARLET, Ingo Wolfgang. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p. 434-435.

MARSDEN, C.T. Net Neutrality: towards a Co-Regulatory Solutions. Londres: Bloomsburry Academic, 2010, p. 36.

PUGLIANO, John. Os robôs querem o seu emprego. Edições Saída de Emergência. Portugal: Porto Salvo, 2018, p. 157.

RAMSAY, Iain. Consumer protection in the era of informational capitalism. In: WILHELMSSON, Thomas; TUOMINEM, Salla; e TUOMOCA, Heli (ed.) Consumer law in the information society. The Hague. Kluwer Law International, 2001, p. 45.

RODOTÀ, Stefano. La rovoluione della dignità. Napoli: La scuola di Pitagora editrice, 2013, p. 15.

RODRIGUES JÚNIOR. Otávio Luís. Autonomia da vontade, autonomia privada e autodeterminaçāo- notas sobre a evolução de um conceito na modernidade e na pós-modernidade. In: Revista de Informação Legislativa. Brasília. N. 41. N. 163. Jul/Set 2004, p. 113-130.

SANTAELLA, Lucia. Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus, 2011, p. 178.

SARLET, Ingo Wolfgang; FERREIRA NETO, Arthur M. O Direito ao “esquecimento” na sociedade da informação. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2019, p. 23.

SCHMIDT, Eric – COHEN, Jared. The New Digital Age: Reshaping the Future of People, Nations and Business. London: John Murray, 2014, p. 15.

STARCK, Christian. A proteção dos direitos fundamentais pelos tribunais e o papel da legislação na Alemanha. In: Liber Amicorum Fausto de Quadros, vol. 1, Marcelo Rabelo de Sousa e Eduardo Vera-Cruz Pinto(Coord), 2016, p. 315-325.

STATZEL, Sophie. Cybersupremacy: The new Face and Form of white Supremacy Activism. In: Digital Media and Democracy: Tactics in hard Times. Megan Boler(Edit.). Cambridge: MIT Press, 2008, p. 409.

SUNSTEIN, Cass R. Republic: divided democracy in the age of social media. New Jersey: Princeton University Press, 2017, p. 138.

THE Economist. LinkedUp. Disponível em: <http://www.economist.com/news/business_and_finance/21700605_it_one_most_expensive_tech_deals_history_it-may_not_be_smartest_making_sense>. Acesso em: 03 jan. 2018

THE Economist. The world’s most valuable resource is no longer oil, but data. Disponível em <https://www.economist.com/leaders/2017/05/06/the-worlds-most-valuable-resource-is-no-longer-oil-but-data> . Acesso em: 01 jun.2018.

Downloads

Publicado

2019-04-29

Como Citar

SARLET, Gabrielle Bezerra Sales; CALDEIRA, Cristina. O consentimento informado e a proteção de dados pessoais de saúde na internet: uma análise das experiências legislativas de Portugal e do Brasil para a proteção integral da pessoa humana. Civilistica.com, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 1–27, 2019. Disponível em: https://civilistica.emnuvens.com.br/redc/article/view/411. Acesso em: 12 mar. 2025.

Edição

Seção

Doutrina contemporânea