Violência contra as mulheres, reação violenta ao gênero e ideologia de gênero familista

Autores

  • Carmen Hein de Campos PUC-RS
  • Márcia Nina Bernardes PUC-Rio

Palavras-chave:

Gênero, Ideologia de gênero, Violência contra mulheres

Resumo

Este artigo está fundamentado em quatro argumentos principais: primeiro, a existência de uma forte reação ao gênero acontece porque o gênero tornou-se uma imprescindível categoria de análise social; segundo, a violenta reação ao gênero se dá por meio da ideia da ideologia de gênero; terceiro, a ideologia de gênero é ela própria uma ideologia de gênero de natureza familista; quarto, a lei Maria da Penha e a lei do feminicídio estão ameaçadas porque estão fundamentadas no conceito de violência baseada no gênero que decorre do conceito de gênero. Uma estratégia importante neste cenário é aumentar a representação feminina nos espaços de poder para barrar estes retrocessos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carmen Hein de Campos, PUC-RS

Doutora em Ciências Criminais, PUCRS. Professora do Programa de Mestrado e do Curso de Direito do Centro Universitário Ritter dos Reis – UniRitter/RS. E-mail: charmcampos@gmail.com.

Márcia Nina Bernardes, PUC-Rio

Doutora em Direito (NYU School of Law). Professora do Programa de Pós-Graduação em Direito da PUC-Rio. Pesquisadora de produtividade do CNPq. E-mail: marcianinabernardes@gmail.com.

Referências

ATLAS DA VIOLÊNCIA. São Paulo: Ipea/Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Infográfico. Disponível em: <http://www.forumseguranca.org.br>. Acesso em 01.mar.2019

BERNARDES, Marcia N. e ALBUQUERQUE, Mariana Imbelloni. Violências Interseccionais silenciadas em Medidas Protetivas de Urgência. Revista Direito e Práxis, v. 7, 2016, p. 01-26.

BERNARDES, Marcia e COSTA, Rodrigo. Os parâmetros Internacionais de Prevenção da Violência Doméstica contra as Mulheres: uma comparação com os instrumentos previstos na Lei Maria da Penha. In: Cecilia Caballero Lois, Daniela da Rocha Brandao, Samantha Ribeiro Meyer-pflug ?. (Org.). Direito Internacional dos Direitos Humanos 1. 1ed.Florianópolis: Conpedi 2015, v. 1, p. 358-384.

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: fatos e mitos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, vol.1, 1980.

BOBBIO, Norberto. As ideologias e o Poder em Crise. Editora UnB, 1982.

BUTLER, Judith. Excitable Speech: a Politics of the Performative. New York: Routledge, 1997.

BUTLER, Judith. Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity. New York: Routledge, 1990.

BUTLER, Judith. Sex and Gender in Simone de Beauvoir’s Second Sex. Yale French Studies, No. 72, 1986.

CAMARGO, Beatriz Corrâ. SILVEIRA, Renato de Mello Jorge. Organização criminosa sem crime? Observações críticas sobre a proposta de reforma pelo Projeto de Lei Anticrime. Boletim de Ciências Criminais, Cit., p. 12-14.

CAMPOS, Carmen Hein de. Feminicídio no Brasil: Uma análise crítico-feminista. Porto Alegre. Sistema Penal & Violência, vol. 7, No. 1, janeiro-junho, 2015, p. 103-115.

CAMPOS, Carmen Hein de; SEVERI, Fabiane. Violência contra mulheres e a crítica jurídica feminista: breve análise da produção acadêmica brasileira. Ahead of print, Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: <https://www.epublicacoes.uerj.br/>. Acesso em 01.mar.2019. DOI: 10.1590/2179-8966/2018/32195.

CHAUI, Marilena. O que é ideologia? São Paulo: Braziliense, 1980.

CRENSHAW, Kimberle. Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics, and Violence against Women of Color”. In: Stanford Law Review. Vol. 43, No. 6 (Jul. 1991), pp. 1241-1299.

COUTINHO, Jacinto Nélson Miranda de. Plea bargaining no projeto anticrime: crônica de um desastre anunciado. Boletim de Ciências Criminais. São Paulo: IBCCRIM, 2019, ano 27, No. 317, Edição Especial, p. 2-5.

DATA POPULAR/INSTITUTO PATRÍCIA GALVÃO. Percepção da sociedade sobre violência e assassinatos de mulheres. São Paulo: Instituto Patrícia Galvão, 2013. Disponível em: agenciapatriciagalvao.org.br Acesso em 02.mar.2019.

JESUS, Jaqueline Gomes de. Feminicídio de mulheres trans e travestis: o caso de Laura Vermont. In PRADO, Daniela. SANEMATSU, Marisa (Org). Feminicídio: #invisibilidade que mata. Instituto Patrícia Galvão. São Paulo: Instituto Patrícia Galvão, 2017, p.71-82.

LACEY. Nicola. Unspeakable Subjects: Feminist Essays in Legal and Social Theory. Hart Publishing, 1998.

LAVINAS, LENA; ARAUJO, ELIANE DE. Reforma da previdência e regime complementar. Revista Brasileira de Economia Política, São Paulo, v. 37, n. 3, p. 615-635, jul. 2017. Disponível em <http://www.scielo.br>. Acesso em 20 abr. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0101-31572017v37n03a09

MERLINO, Tatiana. Luana Barbosa: morta por ser mulher, negra, pobre e lésbica. In PRADO, Daniela. SANEMATSU, Marisa (Org). Feminicídio: #invisibilidade que mata. Instituto Patrícia Galvão. São Paulo: Instituto Patrícia Galvão, 2017, p.43-50.

OLIVEIRA, Adriana Vidal de. Constituição e Direito das Mulheres: Uma Análise dos Esterótipos de Gênero na Assembleia Constituinte e suas consequências no Texto Constitucional. Juruá Editora. 2015.

Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua. PNAD Contínua: IBGE, 2018 Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/>. Acesso em 01.mar.2019.

PINTO, Céli Regina Jardim. Feminismo, história e poder. In BIROLI, Flávia. MIGUEL, Luis Felipe (Org.) Teoria política e feminismo: abordagens brasileiras. Vinhedo: Horizonte, 2012, p. 269-287.

RUBIN, Gayle. The Traffick in Women: Notes on the Political Economy of Sex, 1999.

SCOTT, Joan W. Gender and the Politics of History. New York: Columbia University Press, pp. 28-50, 1988.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Porto Alegre: Educação e Realidade, n .2, jul./dez. 1990.

World Economic Forum. The Global Gender Gap Report, 2018. Disponível em: <http://www3.weforum.org>. Acesso em 01.mar.2019.

Downloads

Publicado

2019-04-28

Como Citar

CAMPOS, Carmen Hein de; BERNARDES, Márcia Nina. Violência contra as mulheres, reação violenta ao gênero e ideologia de gênero familista. Civilistica.com, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 1–19, 2019. Disponível em: https://civilistica.emnuvens.com.br/redc/article/view/403. Acesso em: 5 fev. 2025.

Edição

Seção

Doutrina contemporânea

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)