O consentimento informado e a proteção de dados pessoais de saúde na internet: uma análise das experiências legislativas de Portugal e do Brasil para a proteção integral da pessoa humana
Palavras-chave:
Dados pessoais, Consentimento informado, Saúde, Internet, Era da informaçãoResumo
O modelo informacional alterou a gramática cultural da Sociedade, encetando novos conflitos ainda isentos de adequada regulamentação jurídica e impelindo uma análise a partir do princípio da dignidade da pessoa humana, dos direitos humanos e fundamentais previstos nas constituições brasileira e portuguesa que, nessa medida, forjaram os alicerces éticos e jurídicos dessa investigação teórica encetada mediante o emprego do método bibliográfico e de uma abordagem exploratória e descritiva sobre a proteção dos dados de saúde, particularmante com o enfoque voltado para o atual contexto engendrado a partir da recente promulgação da Lei Geral de Proteção de Dados brasileira em evidente sintonia com a regulamentação européia em vigor a partir de maio, enfatizando, portanto, a relevância do consentimento livre e informado como o principal instrumento para assegurar, em uma perspectiva multinível, a integralidade dos direitos e das garantias à pessoa humana, dentro e fora do ambiente digital.
Downloads
Referências
AFINAL, quanta energia elétrica a internet utiliza para funcionar? TECMUNDO. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/internet/104589-quanta-energia-eletrica-internet-utiliza-funcionar.htm> Acesso em: 17 jan. 2018.
AGAMBEN, Giorgio. Lo abierto: el hombre y el animal. Flavia Costa y Edgardo Castro (Trad). Buenos Aires: Adriana Hidalgo, 2006, p. 35.
ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018, p. 56.
ASCENSÃO, José de Oliveira. Estudos sobre direito da internet e da sociedade da informação. Coimbra: Almedina, 2001, p. 264.
BARROSO, Luis Roberto. Dignidade da pessoa humana no direito constitucional contemporâneo: a construção de um conceito jurídico à luz da jurisprudência mundial. São Paulo: Fórum, 2013. p. 39.
BRÜGGEMEIER, Gert. Protection of personality rights in the Law of delict/torts in Europe: mapping out paradigms. In: BRÜGGEMEIER, Gert; CIACCHI, Aurelia Colombia; O’CALLAGHAN, Patrick. (Ed.). Personality rights in european tort law. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
BRUNO, Fernanda. Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2013, p. 123.
CANCELIER, Mikhail Vieira de Lorenzi. O direito à privacidade hoje: perspectiva histórica e o cenário brasileiro. Sequencia (Florianópolis). N. 76. Ago. 2017. p. 213-240.
CASTELLS, Manuel. (1999). A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, vol. 3. São Paulo: Paz e terra, p. 21.
CUKIER, Kenneth; MAYER-SCHÖNBERGER, Viktor. Big Data: A Revolution that will transform how we live, work and think. Boston, New York: Mariner Books, 2014, p. 176.
DEODATO, Sérgio. A proteção dos dados pessoais de saúde. Porto: Universidade Católica Portuguesa, 2017, p. 16.
HABBERMAS, Jürgen. Um Ensaio sobre a Constituição da Europa. Trad. Mrian Toldy; Teresa Toldy. Lisboa: Edições 70 Lda, 2012. Título original: Essay zur Verfassung Europus (2011), p.37.
HOFFMANN, Christian; LUCH, Anika D.; SCHULZ, Sönke E.; BORCHERS, Kim Corinna. Die digitale Dimension der Grundrechte- Das Grundgesetz im digitalen Zeitalter. Baden-Baden: Nomos, 2015, p. 217.
KLOEPFER, Michael. Vida e Dignidade da Pessoa Humana. In: Ingo Wolfgang Sarlet (Org.), Dimensões da Dignidade. Ensaios de Filosofia do Direito e Direito Constitucional, 2 ed, Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009, p. 171 e ss.
LA CUEVA, Pablo Lucas Murillo de. El derecho a la autodeterminación informativa. Temas clave de la Constitucion Española. Madrid: Editorial Tecnos S.A., p. 38-39.
LEITE, Flávia Piva Almeida. O Exercício da Liberdade de Expressão nas Redes Sociais e o Marco Civil da Internet. In Revista de Direito Brasileiro, vol. 13, n. 06, 2016, p. 150.
LEONARDI, Marcel. Tutela e privacidade na Internet. São Paulo: Saraiva, 2012, 73.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 2008, p 17.
LIMBERGER, Têmis. O direito à intimidade na era da informática: a necessidade de proteção dos dados pessoais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007, p. 231.
MARINONI, Luis Guilherme; MITIDIERO, Daniel; SARLET, Ingo Wolfgang. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p. 434-435.
MARSDEN, C.T. Net Neutrality: towards a Co-Regulatory Solutions. Londres: Bloomsburry Academic, 2010, p. 36.
PUGLIANO, John. Os robôs querem o seu emprego. Edições Saída de Emergência. Portugal: Porto Salvo, 2018, p. 157.
RAMSAY, Iain. Consumer protection in the era of informational capitalism. In: WILHELMSSON, Thomas; TUOMINEM, Salla; e TUOMOCA, Heli (ed.) Consumer law in the information society. The Hague. Kluwer Law International, 2001, p. 45.
RODOTÀ, Stefano. La rovoluione della dignità. Napoli: La scuola di Pitagora editrice, 2013, p. 15.
RODRIGUES JÚNIOR. Otávio Luís. Autonomia da vontade, autonomia privada e autodeterminaçāo- notas sobre a evolução de um conceito na modernidade e na pós-modernidade. In: Revista de Informação Legislativa. Brasília. N. 41. N. 163. Jul/Set 2004, p. 113-130.
SANTAELLA, Lucia. Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus, 2011, p. 178.
SARLET, Ingo Wolfgang; FERREIRA NETO, Arthur M. O Direito ao “esquecimento” na sociedade da informação. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2019, p. 23.
SCHMIDT, Eric – COHEN, Jared. The New Digital Age: Reshaping the Future of People, Nations and Business. London: John Murray, 2014, p. 15.
STARCK, Christian. A proteção dos direitos fundamentais pelos tribunais e o papel da legislação na Alemanha. In: Liber Amicorum Fausto de Quadros, vol. 1, Marcelo Rabelo de Sousa e Eduardo Vera-Cruz Pinto(Coord), 2016, p. 315-325.
STATZEL, Sophie. Cybersupremacy: The new Face and Form of white Supremacy Activism. In: Digital Media and Democracy: Tactics in hard Times. Megan Boler(Edit.). Cambridge: MIT Press, 2008, p. 409.
SUNSTEIN, Cass R. Republic: divided democracy in the age of social media. New Jersey: Princeton University Press, 2017, p. 138.
THE Economist. LinkedUp. Disponível em: <http://www.economist.com/news/business_and_finance/21700605_it_one_most_expensive_tech_deals_history_it-may_not_be_smartest_making_sense>. Acesso em: 03 jan. 2018
THE Economist. The world’s most valuable resource is no longer oil, but data. Disponível em <https://www.economist.com/leaders/2017/05/06/the-worlds-most-valuable-resource-is-no-longer-oil-but-data> . Acesso em: 01 jun.2018.